sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ida e Regresso


Voavam em minha mente imagens repentinas
Umas doces e outras tão amargas!
Tudo ao meu olhar mental se descortina...
Os encontros sem horas marcadas
A marca de cada encontro que fica...
As poucas palavras trocadas, sem tempo,
O tudo dito nos gestos e olhares
Vontade e vontade que descombina.

Esquecer você é impossível, é engano,
Estou presa nas mãos profundas do vento,
Ficar sem amá-lo é loucura, é insano!
Crio asas para sonhar-te no firmamento.

Sonho que me leva por caminho lento:
Meu corpo é praia onde a brisa corre,
E ao bel prazer das suas ondas, vaga.
Brinca comigo num cativo e livre chamamento.
És ida e regresso sem fim...
Com longas mãos me abraça e solta,
Arranca-me de mim - Deixa-me em revolta,
Sem marca de calma e sossego, sou eu assim...

Uma nostalgia cresce... Imensa, latente...
Abstrato universo: Enorme sombra escura!
Embutido em uma realidade que tortura
São as agruras do tempo distante, ausente!

Marly Bastos

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